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Instrução Permanente

"O Papa, qualquer que ele seja, não virá às sociedades secretas; compete às sociedades secretas dar o primeiro passo em direção à Igreja, para conquistar a ambos.

     A tarefa que vamos empreender não é trabalho de um dia, ou de um mês, ou de um ano; pode durar vários anos, talvez um século; mas nas nossas fileiras o soldado morre e a luta continua.

     Não tencionamos atrair os Papas à nossa causa, fazê-los neófitos dos nossos princípios, propagadores das nossas idéias. Isso seria um sonho ridículo; e se acontecesse que Cardeais ou prelados, por exemplo, quer por sua livre vontade ou de surpresa, entrassem em parte dos nossos segredos, isso não seria de modo nenhum um incentivo para desejar a sua elevação à Cadeira de Pedro. Essa elevação arruinar-nos-ia. Só a sua ambição levá-los-ia à apostasia, e as necessidades do poder forçá-los-iam a sacrificar-nos. O que devemos desejar, o que devemos procurar e esperar, tal como os judeus esperam pelo Messias, é um Papa conforme às nossas necessidades (...)

     Com isto marcharemos com mais segurança para o assalto à Igreja do que com os panfletos dos nossos irmãos em França e até do que com o ouro da Inglaterra. Quereis saber a razão? É que com isto, para despedaçar a grande rocha em que Deus erigiu a Sua Igreja, já não precisamos de vinagre anibaliano, ou de pólvora, ou mesmo das nossas armas. Temos o dedo mínimo do sucessor de Pedro comprometido nesta empresa, e este dedinho vale tanto, para esta cruzada, como todos os Urbanos II e todos os São Bernardos da Cristandade.

     Não temos dúvidas de que chegaremos a este fim supremo dos nossos esforços. Mas quando? Mas como? O desconhecido ainda não foi revelado. Contudo, visto que nada nos irá desviar do plano estabelecido e, pelo contrário, tudo tenderá para ele, como se já amanhã o trabalho que mal foi esboçado fosse coroado de sucesso, desejamos, nesta Instrução, que se manterá secreta para os simples iniciados, dar aos dignitários na chefia da Suprema Vendita alguns conselhos em forma de instrução ou memorando, conselhos esses que eles deverão imbuir em todos os irmãos sob a forma de ensinamento ou de memorandos (.)

     Ora bem, para assegurarmos um Papa com as características desejadas, é preciso, em primeiro lugar, modelá-lo (.)[e,] para este Papa, uma geração digna do reinado que sonhamos. Ponde de parte os velhos e os de idade madura; dedicai-vos aos jovens e, sendo possível, até às crianças (.) Conseguireis sem grande custo uma reputação de bons Católicos e de puros patriotas.

     Esta reputação dará acesso à nossa doutrina entre os jovens Clérigos, assim como entrará profundamente nos mosteiros. Em poucos anos, pela força das coisas, este jovem Clero terá ascendido a todas as funções; formará o conselho do Sumo Pontífice, será chamado a escolher o novo Pontífice que há-de reinar . E este Pontífice, tal como a maioria dos seus contemporâneos, estará necessariamente mais ou menos imbuído dos princípios italianos e humanitários que vamos começar a pôr em circulação. É um grãozinho de mostarda preta que vamos confiar à terra; mas o sol da justiça desenvolvê-lo-á ao mais alto poder, e vereis um dia que rica colheita esta sementezinha produzirá.

     No caminho que estamos a traçar para os nossos irmãos, há muitos grandes obstáculos a conquistar, dificuldades de mais do que um gênero para dominar. Eles triunfarão sobre aqueles pela experiência e pela clarividência; mas o objetivo é de tal esplendor que é importante abrir todas as velas ao vento para o alcançar. Se quereis revolucionar a Itália, procurai o Papa cujo retrato acabamos de esboçar. Se quereis estabelecer o reino dos escolhidos no trono da prostituta da Babilônia, fazei com que o Clero marche sob a vossa bandeira, enquanto acredita que está a marchar sob a bandeira das chaves apostólicas. Se quereis fazer desaparecer o último vestígio dos tiranos e opressores, deitai as vossas redes como Simão Bar-Jona; deitai-as nas sacristias, nos seminários e nos mosteiros em vez de as deitardes no fundo do mar; e, se não vos apressardes, prometemo-vos uma pescaria mais miraculosa que a dele. O pescador de peixes tornou-se pescador de homens; colocareis amigos à volta da Cadeira apostólica. Tereis pregado uma revolução de tiara e de capa, marchando com a cruz e o estandarte; uma revolução que só precisará de ser um pouco instigada para incendiar os quatro cantos do Mundo."

Fonte: Monsenhor Dillon, Grand Orient Freemasonry Unmasked , pp. 51-56, o texto completo da Alta Vendita (Christian Book Club, Palmdale, Califórnia). Este excerto da Permanent Instruction of the Alta Vendita foi traduzido para Português a partir da versão inglesa do mesmo passo.

A estratégia delineada pela Permanent Instruction para atingir este objectivo é espantosa pela sua audácia e astúcia. O documento refere-se, desde o princípio, a um processo que levará décadas a cumprir. Os autores do documento sabiam que não viveriam para assistir ao seu triunfo. Estavam, sim, a inaugurar uma obra que seria retomada por gerações sucessivas de iniciados. Como diz a Permanent Instruction : "Nas nossas fileiras o soldado morre mas a luta continua".

Vejamos ainda um extrato da carta [1] de "Nubius [2]" a "Volpe" de 3 de Abril de 1824:

"Foi posto sobre nossos ombros uma pesada carga, querido Volpe. Devemos tornar imoral a educação da Igreja, devemos chegar por pequenos meios mal definidos porem bem graduados, ao triunfo da idéia revolucionária graças a um Papa. Marchamos ainda tateando neste projeto que sempre me pareceu sobre-humano (...)"

"Plano sobre-humano" diz Nubius; ele quer dizer plano diabólico. Já que é planejar a subversão da Igreja infiltrando até junto de seu Chefe, o que Mons. Delassus chama de "último ataque" pois não se pode imaginar nada tão subversivo para a Igreja.

[1] Mesma obra da Instrução Permanente.

[2] Membro dos Illuminati

Autor:

Data: 04/03/2011
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